TALENTO, ESFORÇO E DEDICAÇÃO A ALTA VELOCIDADE
Depois de em 2014 ter sido vice-campeão de Portugal e ter ficado em segundo na Taça de Portugal, em 2015 Luís Alves arrebatou tudo, foi Campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal.
Depois de em 2014 ter sido vice-campeão de Portugal e ter ficado em segundo na Taça de Portugal, em 2015 Luís Alves arrebatou tudo, foi Campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal.
Sabe em que ano foi o acidente do Niki Lauda, a volta de qualificação do Senna à chuva no Estoril e qual foi o primeiro carro do Senna na F1? Provavelmente só sabe a resposta a estas perguntas se é um apaixonado e percebe muito de desporto automóvel. Luís Alves só tem 10 anos, no dia que falou com o Mais Guimarães ainda tinha nove, mas fala sobre estes temas como se tivesse lá estado. “É uma enciclopédia sobre desporto automóvel”, diz o pai, Rui Alves. Luís é campeão nacional de cadetes (para pilotos entre os sete e os 10 anos) e vencedor da Taça de Portugal. Estes objetivos não são alcançáveis pilotando apenas por divertimento. O Luís trabalha arduamente nos treinos e nas provas, de uma forma organizada e sistemática para conseguir os melhores resultados.
Uma pista de Karting tem por volta de um quilómetro de extensão. Num dia de treino intenso o Luís faz duas horas em pista, o que significa 150 voltas e outros tantos quilómetros. Andar de karting é fisicamente extenuante, mesmo para um adulto em boa forma. Um karting de iniciados pode andar a 90 km/h e nos juvenis já alcançam os 115 km/h. Para treinar desta forma é preciso uma dedicação de campeão. Há casos, em muitos desportos, em que se percebe que os pequenos atletas só fazem o esforço pela pressão dos pais, neste caso, percebe-se que este é o meio natural do Luís. “Isto não é fácil, não é uma brincadeira. Enquanto ele quiser andar e gostar, continua. Quando compete é como na escola, não é para brincar”, resume o pai. Para fazer uma época é preciso reunir entre oito a 10 mil euros, contas feitas por baixo. Apesar de o Luís estar integrado numa equipa, a Red Line Motorsports, há custos para os quais ou arranja patrocinadores ou que têm de ser suportados pelos pais.
Um karting de iniciados pode andar a 90 km/h e os juvenis já alcançam 115 km/h
Luís Alves vai competir este ano no Campeonato Nacional de Juvenis, apesar de ainda ter idade para competir mais um ano em cadetes. O campeonato é composto por quatro provas, que vão de Portimão a Braga e ainda a Taça de Portugal, em Viana do Castelo, e uma prova memorial em Palmela. Além das deslocações para as provas, na maioria dos casos, Luís irá treinar na pista da prova antecipadamente, se a isto juntarmos os treinos livres, que são muitos, e a escola, podemos imaginar como é preenchida a agenda deste pequeno campeão.
Os campeões são frequentemente pessoas modestas, mesmo quando nós nos fascinamos com as suas proezas, eles acham sempre que podiam fazer melhor. É assim o Luís, sem o mais pequeno vestígio de vedetismo a falar com o jornalista. “Na escola sou mais ou menos. Podia ser melhor, sou aluno de Bom”. A única coisa que surpreende é a atitude, quase adulta, só traída, aqui e ali, pelo sorriso ainda infantil, provavelmente fruto da disciplina e da concentração que o desporto lhe exige. O Luís como outras crianças gosta de jogar Playstation, a grande diferença é que ele joga F1 sem ajudas e ganha. “Eu já não consigo”, confessa o pai. Apesar de ser uma brincadeira é realmente muito difícil, principalmente para uma criança do quarto ano e prova o extraordinário talento do Luís.
O karting é uma escola de campeões, por esta modalidade passaram, Prost, Senna, Shumacker, entre outros grandes pilotos. Nestas máquinas sente-se tudo, é tudo muito direto, é aqui que o piloto começa a aprender a afinar o carro e a adaptá-lo à sua forma de abordar as pistas. Esta sensibilidade ao ruído do motor e a sensação que o karting transmite, se é sobre-virador ou sub-virador, aprende-se nesta categoria. “O Luís já começa a dar algum feedback à equipa sobre a afinação do chassi e do carburador”, explica Rui Alves justificando a subida prematura à categoria de juvenil com esta maturidade.
Luís Alves está impaciente para ir ver a corrida de Fórmula E, onde corre o António Félix da Costa. Ainda nos diz que apesar no próximo ano correr numa nova categoria, “o objetivo é ganhar tudo”. O pai põe água na fervura e lembra que “os outros são mais velhos, vamos com calma”.
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