TANTO VERDE
ANA AMÉLIA GUIMARÃES Professora
por ANA AMÉLIA GUIMARÃES
Professora
- Os vimaranenses vão ficar tão verdes, tão verdes que se metamorfosearão em marcianos ou em Muscle Man, o personagem da série de animação Regular Show.
A candidatura de Guimarães a capital verde recolheu o apoio unânime das forças políticas com representação na Assembleia Municipal de Guimarães. E isso é bom. A candidatura é, como disse o candidato da CDU à Câmara Municipal, Torcato Ribeiro, um bom ponto de partida para a implementação no concelho de políticas amigas do ambiente e da natureza, bem como uma tentativa de integrar políticas desconexas (a marca de água de décadas de maioria socialista), na perspetiva de definir um modelo de desenvolvimento sustentado e harmonioso do concelho.
No entanto, a candidatura de Guimarães a capital verde, transformada em pau para toda a colher no discurso autárquico da atual maioria, tem vindo a ser utilizada como razão para a realização dos mais diversos eventos, sendo que a maior parte deles se destinam ao picar da agenda da campanha pré-eleitoral. E isso é subverter o espírito da candidatura, para além de ser um dispêndio escusado de recursos.
Estes considerandos surgem a propósito da denominada Green Week. Durante uma semana foram transportadas e encaixadas no Multiusos 6000 crianças dos Jardins Infantis e 1º ciclo para que fossem pedagogicamente sensibilizadas para a questão Green. A quantidade (“tivemos no multiusos 6000 crianças!”) sobrepõe-se à qualidade e à relevância das aprendizagens.
O envolvimento, neste caso, das escolas e dos jardins infantis e 1º ciclo, não acontece por geração espontânea por via da participação numa greenlândia efémera. Como qualquer encarregado de educação sabe, a escola já há muito que promove um ensino em que a questão ecológica é transversal a todas as disciplinas, apresentando muitas dessas escolas iniciativas abertas à comunidade em que este tema é trabalhado.
Por outro lado não basta encher de fardos de palha a Alameda S. Dâmaso para dar um toque “natural” (campestre?) à iniciativa que, no âmbito da Green Week, aí se realizou e que decorreu em ambiente pouco concorrido, feito mais pelo acaso de quem por lá passava do que propriamente por vontade expressa em participar.
- Um dos argumentos utilizados pela autarquia, para justificar a construção do parque de estacionamento de Camões (uma autêntica Black Box no interior de um quarteirão histórico), é o de que, naquela zona, há ratos e que aquilo é insalubre… pois é, olha a novidade, e se assim é de quem é a culpa se não dos que nos governam há décadas e que têm tempo para reescrever inutilmente o Toural, mutilar o jardim da Alameda e liquidar o antigo mercado municipal, mas são incapazes de limpar e tornar salubre um lugar que é centro da cidade.
- Tanto verde, tanto verde e o resto do concelho continua sem acessos pedonais seguros para os munícipes/peões (são de assustar de tão perigosos e isto quando existem, porque em muitos outros locais deste concelho, em freguesias “excêntricas”, a valeta é o único caminho ou então a própria estrada. Caminha-se pela valeta e reza-se a um santinho para que não apareça um condutor na curva seguinte.). O município devia instituir o prémio peão sobrevivente…
- No nº 83 deste jornal, foi feita uma reportagem em que se comparava preços da água aqui e em concelhos vizinhos. O presidente da administração da Vimágua, Armindo Costa e Silva, passadas duas edições, recorre ao direito de resposta. Li a resposta e não fiquei esclarecida. Concretamente no que diz respeito aos ramais. Esta Câmara e as suas sucursais que governa(m) em com maioria absoluta desde 1989 (há 28 anos, portanto) não estão habituadas a um jornalismo que questione, e quando isso acontece lá vem a treta da perseguição, do complot, da vitimização. Uma estratégia que, noutras circunstâncias, já vimos ser utilizada, e que já não pega.
5.Queria dar os parabéns às trabalhadoras das cantinas escolares (Uniself), que através da sua luta, travada debaixo de grande pressão e duras penalizações no magro salário, conseguiram um acordo histórico. Organização e luta, resulta.
Obrigada, Nuno, pela cedência do ©
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