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Tempos difíceis, estes!

Por Mariana Silva.

Mariana Silva

Por Mariana Silva, Deputada na Assembleia da República (Os Verdes) A pouco mais de dois meses do fim do ano 2020 continuamos envolvidos pela epidemia de COVID-19 e pelas consequências e alterações que provoca no nosso dia-a-dia.

No mês de abril não queríamos acreditar no cenário de vazio e silêncio que imperavam nas ruas de todo o país. No verão acreditámos que seria possível fazer frente ao vírus e, com todos os cuidados, os que puderam, viveram as suas férias de forma limitada, mas com acesso à praia, à piscina, ao rio, aos convívios e à cultura.

Uma parte da normalidade dos dias foi conquistada, mesmo com o medo ou a desconfiança a caminhar ao lado de cada um de nós.

Em setembro com o fim das férias e o regresso à escola, ao trabalho, aos transportes públicos, à realidade, voltaram as dúvidas. As mesmas que nos acompanharam nos dias depois do confinamento. Não existiam transportes públicos reforçados, não estava garantido nas escolas o distanciamento exigido, não era uma realidade a aplicação das orientações da DGS em todos os locais de trabalho. O que seria do futuro? O que seria quando chegasse o Inverno e a gripe?

Aconteceu o que se esperava e não aconteceu o que se prometia. O tão prometido reforço do Serviço Nacional de Saúde, que tanta diferença fez na primeira vaga do vírus, não se fez da forma desejada e apesar dos constantes avisos, das propostas apresentadas, os cuidados de saúde primários continuam a trabalhar de forma deficitária para as necessidades tão exigentes do tempo que vivemos.

São tempos difíceis estes, que exigem planos de intervenção nas diferentes áreas, na saúde, na educação, na cultura, nos apoios sociais. E tratando-se de uma pandemia, para a qual não há ainda todas as respostas, é da responsabilidade do Estado assegurar que as medidas que são tomadas em determinado contexto, são capazes de salvaguardar a saúde de todos os portugueses.

Por exemplo, quando se fala em equipas multidisciplinares, com o aval do Ministério da Saúde, espera-se que todos os municípios tenham acesso a estas equipas, e que eles não existam apenas nos municípios em que os orçamentos próprios o permitam, porque nos parece que não há portugueses de primeira e portugueses de segunda.

Mas a questão fundamental a que o Governo tem de dar resposta é a do reforço dos profissionais de saúde nos centros de saúde, nos hospitais, nas equipas do INEM, nas linhas de saúde, nas equipas de saúde pública para que não tenhamos um país a diferentes velocidades no combate ao vírus.

Por outro lado, e no quadro das decisões das autoridades de Saúde, a CDU defende a importância da pedagogia de prevenção, com toda a informação sobre a necessidade de manter comportamentos de higienização e de etiqueta respiratória. Não será pela imposição que se garantem comportamentos de segurança com os impactos que podem ter na nossa saúde e na saúde daqueles com quem convivemos.

Do poder local espera-se ponderação e proximidade ao cidadão, mas não se espera uma invasão em nome da protecção. Os cidadãos precisam de sentir que podem contar com o apoio do poder local, se dele precisarem, para todas as questões para as quais tem competência.

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