TIRO COM ARCO: A MAIOR PROVA DE SEMPRE NO NORTE
Flechas e Robins, assim se chamam as classes dos mais novos no Tiro com Arco. É inevitável, quando se olha para este desporto, pensar no imaginário das lendas de Robin dos Bosques e de outros heróis que têm como arma de eleição o arco.
Flechas e Robins, assim se chamam as classes dos mais novos no Tiro com Arco. É inevitável, quando se olha para este desporto, pensar no imaginário das lendas de Robin dos Bosques e de outros heróis que têm como arma de eleição o arco.
No passado domingo, dia 10 de janeiro, ao longo de todo o dia, foi possível ver os melhores desta modalidade, no Pavilhão Multiusos de Guimarães. A organização foi do Clube de Tiro com Arco do Porto, com apoio da Câmara Municipal de Guimarães e da cooperativa “Tempo Livre”. José Magalhães, da organização, afirmou que “esta foi a maior prova de sempre na zona norte”.
A modalidade está muito concentrada na zona centro e sul do país, como testemunhou o pai do arqueiro Diogo Lopes. Este cadete de 15 anos, aluno de mérito, a frequentar atualmente o 10º ano, na época passada teve que fazer 12 deslocações para provas e 14 viagens a Lisboa, para participar em trabalhos da seleção nacional.
O tiro com arco foi introduzido no programa olímpico em 1900, mas acabaria por ser retirado em 1920, por haver discrepâncias nas regras usadas nos diversos países. Com a progressiva adesão de um grande número de países às regras da Federação Internacional de Tiro com Arco (FITA), em 1972 a modalidade voltou aos Jogos Olímpicos. Diogo Lopes está nos planos do selecionador nacional para a olimpíada de Tóquio em 2020, por isso, já se vai integrando nos trabalhos de seleção.
Fazer tiro com arco é mais do que aprender a manejar o arco. Como explica Eduardo Almeida (6º ranking nacional de sala e 5º ranking nacional de campo), “se alguma coisa não estiver bem reflete-se imediatamente no resultado, basta ter as miúdas doentes…” O arqueiro salienta a parte mental de um desporto que é de precisão. Isso torna-se ainda mais determinante quando os atletas dos três núcleos do norte – Porto, Vila do Conde e Viana do Castelo – têm que competir fora de casa. Como explica Diogo Lopes (2º ranking nacional de sala e 6º ranking nacional de campo), “implica sair de casa às 4h00 para estar a disputar uma prova em Lisboa às 9h00”.
As famílias são muito importantes no suporte de um desporto de nicho, que naturalmente não reúne os apoios que outras modalidades conseguem. As esposas e as mães, que não competem, ou que não colaboram na organização, passeiam-se em grande número pelo pavilhão. Sandra Martins, esposa do atleta vimaranense Gabriel Soares, estava incansável garantindo que nada faltava aos atletas, aos árbitros e mesmo à imprensa. O pai de Diogo Lopes explicou que, “tem que ser assim, se a família não estiver envolvida é muito difícil perceber as ausências em fins-de-semana sucessivos e o investimento monetário”.
O silêncio do pavilhão vai sendo cortado pelo silvar das setas enquanto Aníbal Costa vai explicando que, “o tiro com arco não é elitista, como se pensa, um arco de iniciação pode custar 60 €”. O pai de Diogo Lopes reforça esta ideia dizendo que, “hoje paga-se bem mais do que isso para ter um miúdo a jogar futebol”. Como diz Gabriel Soares, o arqueiro de Guimarães, “uma bicicleta pode custar bastante mais que um arco de competição.”
A modalidade pratica-se com dois tipos de arco; o recurvo e o composto, embora só o primeiro seja admitido nos Jogos Olímpicos. A peça que se prolonga para a frente a partir do punho do arco, é um estabilizador e destina-se a equilibrar o arco que a corda faz quando é esticada com muita mais força para trás. As provas realizam-se ao ar-livre (campo) ou em sala, estando os alvos colocados a 70 m no primeiro caso e a 18 m nas provas interiores.
No final do dia o saldo foi positivo para o CTAP, pela organização bem sucedida de uma prova que reuniu 92 arqueiros, mas também pelos resultados desportivos; 1º lugar em cadetes e veteranos masculinos e em seniores femininos e ainda 3º lugar em seniores masculinos.
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