VICTOR HUGO PONTES
Coreógrafo, Bailarino e Diretor Artístico
Nome completo: Victor Hugo Pontes
Nascimento: 10 de Dezembro de 1978 Guimarães, Portugal
Profissão: Coreógrafo, Bailarino e Diretor ArtísticoNeste momento está em cena com a peça “Carnaval” (que parte de “Carnaval dos Animais”, composto em 1886 por Camille Saint-Saëns), no Teatro Camões, em Lisboa, onde é responsável pela coreografia e a direção artística de todo o espetáculo. É mais um dos projetos, algo megalómanos pensando na escassez de meios dos tempos que correm, a que Victor Hugo Pontes se tem dedicado nos últimos anos. São peças que lhe exigem longos meses de dedicação – confessa que desde a “ideia original” até à concretização do espetáculo podem passar-se dois anos e há o risco do tédio esboroar o entusiasmo inicial. Desta feita, foi desafiando vários compositores contemporâneos portugueses a criarem um tema original associado aos 14 movimentos musicais de “Carnaval dos Animais”.
Victor Hugo Pontes, nascido em Creixomil – começou no Grupo Folclórico da Casa do Povo desta freguesia, de onde é natural, porque, quando era jovem “ se um rapaz quisesse aprender dança, ou ia para o ballet ou para o rancho”. Como os pais não podiam suportar as aulas de ballet sobrou-lhe as danças tradicionais de onde foi evoluindo até se tornar numa das principais referências da dança contemporânea nacional. Tem um longo currículo artístico mas há quem o conheça por ter ajudado Cristiano Ronaldo nas gravações do spot publicitário à sua marca de calçado (também ela produzida em solo vimaranense).
O coreógrafo – e outras tantas coisas, mas já lá vamos – é um “filho” d’A Oficina e do GUIdance (festival de dança contemporânea de Guimarães), palco privilegiado em que já, por várias vezes, estreou as suas produções. Quando ainda frequentava o ensino secundário faz a Oficina de Dramaturgia e Interpretação que originou o Teatro Oficina, entre 1994 e 1998. Tinha 15 anos. Depois inscreve-se em dois cursos, no Porto, que frequenta ao mesmo tempo: o curso de Artes Plásticas – Pintura da Faculdade de Belas Artes e o curso profissional de Teatro do Balleteatro Escola Profissional. Em horário pós-laboral, também faz o curso do Teatro Universitário do Porto.
Na altura, foi uma forma de adiar a decisão do que queria ser. Vinte e dois anos depois continua sem saber. Mas sabe o que faz, vincando que o seu “percurso não foi uma coisa pensada e estruturada”. “Se me dissessem há 22 anos que eu ia ser coreógrafo de certeza que não acreditava”, diz. Cursos terminados, seguem-se as formações na Fundação Calouste Gulbenkian, em 2004. Depois, os cursos na École de Maîtres, dirigida por Pippo Delbono na Bélgica e em Itália. Paralelamente vai trabalhando como assistente de encenação e nos seus próprios projetos.
Victor Hugo Pontes começa no teatro mas, curiosamente, os espectáculos – difíceis de catalogar porque “são espectáculos que comunicam, independentemente da linguagem procuro a forma mais eficaz de comunicar naquele momento” – que foi criando eram programados em festivais de dança. Até que as suas criações foram ficando cada vez mais físicas, enquadrando-se no espectro da dança. Neste momento o vimaranense tem a sua própria estrutura de produção, desde 2011, mas não é uma companhia porque este conceito, para si, “está desatualizado”. Neste momento, com “Carnaval”, dirige dezenas de pessoas num papel que gosta de desempenhar. O espectáculo segue dentro de momentos.
Por: Catarina Castro Abreu
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