Augusto Costa

Encarregado de armazém e Maratonista

Augusto Costa_retrato

Nome completo

Augusto José Rodrigues Costa

Nascimento

08 de dezembro de 1969

São Martinho de Leitões, Guimarães

Profissão

Encarregado de armazémAugusto Costa nasceu seis meses depois de um homem pisar a lua pela primeira vez, em dezembro de 1969. Ainda era outro Portugal, o país anterior à revolução, os espaços para fazer desporto eram raros. Jogar à bola, e não jogar futebol, como hoje se diz e faz, era coisa que se aprendia na rua, com os outros miúdos. Às vezes com os da mesma idade, outras vezes era preciso arriscar a sorte com os mais velhos. Era assim que se crescia. Sem as formalidades do desporto federado foi sempre jogando futebol, na escola, com os amigos nos tempos livres. Os estudos ficaram arrumados aos 14 anos e foi trabalhar. “ Nesta altura comecei a ter dinheiro e comecei a fumar”, explica Augusto, que se reconhece como um homem de sorte, por ter fumado durante tantos anos e ainda assim conseguir ter, hoje, uma excelente condição física.
O futebol foi sempre uma constante na sua vida. “Embora fosse apenas futebol salão com os amigos, às vezes jogava uns torneios, daqueles em que ainda se jogava com tabelas, fui sempre mantendo atividade”. Fumava e jogava, dois maços por dia. Como o nível competitivo não era muito elevado e a força da juventude ajudava, não notava grandes limitações, apesar do fumo. Aos 28 anos fez uma rotura de ligamentos, num jogo de futebol salão, e acabou ali a carreira de jogador de fim de semana. Andou uns anos a evitar a cirurgia, mas aos 34 anos tornou-se inevitável. A recuperação desta cirurgia havia de ser um momento chave na vida de Augusto Costa.
“ A bicicleta é o melhor exercício para a recuperação” disse-lhe o fisioterapeuta. Resolvido a cumprir com a prescrição do terapeuta, comprou uma bicicleta, mas na primeira subida percebeu que não conseguia pedalar. “Comecei a tossir tanto, logo na primeira subida, que pensei: isto não pode ser assim, sou muito novo para estar neste estado”, relembra Augusto Costa. Apoiou-se em amigos de infância que, entretanto, tinham deixado de fumar e faziam cicloturismo. “Comprei uma bicicleta melhor e juntei-me a eles. Fumava e andava de bicicleta, mas nessa altura percebi que aquilo não era muito compatível”.
Um dia, decidido a terminar com o vício, “peguei no carro, juntamente com a minha esposa, e andei, andei sem nunca parar para não poder fumar”. Só parou para almoçar e quando terminou voltou a meter-se no carro e a rodar sem destino, para não lhe vir à cabeça o cigarro. Chegou à noite com a sensação de vitória; tinha passado um dia sem fumar. Nesse dia terminou com dois vícios: o cigarro e o café. Fumou durante 20 anos.
A condição física ia melhorando, com os treinos e com o corpo livre do fumo. Um dia foi levar um amigo a uma prova de atletismo à Póvoa de Varzim e acabou a participar na prova. “Havia um dorçal livre de um atleta que estava a faltar e eu tinha umas sapatilhas no carro, por isso, aproveitei”, conta o vencedor as maratona de Valencia de 2017, que já tinha vencido em Sevilha, em 2105, e em Hamburgo, em 2016. Nessa primeira prova ficou logo no pódio da sua categoria e desde aí a corrida foi ganhando importância na sua vida, “e a bicicleta foi perdendo espaço, apesar de gostar muito não é possível estar bem nas duas coisas”.
Desde que começou a correr Augusto Costa tem alcançado resultados que indicam que se tivesse sido descoberto em tempo poderia ter feito uma carreira brilhante. É frequentemente requisitado por atletas profissionais, como Doroteia Peixoto e Filomena Costa, como lebre, pela regularidade do seu ritmo de corrida. Assegura que, quando em 2015, ajudou Filomena Costa a ganhar em Sevilha, sentiu a vitória como se fosse dele (e de certa forma foi porque acabou por ganhar o seu escalão).
A curto prazo está-se a preparar para a maratona de Sevilha, onde vai tentar repetir o sucesso de 2015, ajudando Filomena Costa. A médio prazo a ideia é bater o recorde do seu escalão (M45), uma aposta para concretizar até ao fim do ano, sem pressão porque ainda lhe resta mais um ano, e também a participação nos Europeus e nos Mundiais de veteranos com as cores de Portugal.
É este o corredor de quem um dia o treinador e atleta olímpico, Ricardo Ribas, disse que se tivesse começado com 18 anos teria feito melhores resultados que ele.

Por: Rui Dias<

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