ANTÓNIO DA CUNHA
Funcionário público/Pintor

Nome completo
António Pereira da Cunha
Nascimento
12 de abril de 1965
Pinheiro, Guimarães
Profissão
Funcionário público/PintorGuimarães é uma cidade de artistas, e há um que brilha de pincel na mão, até altas horas da madrugada, tudo por uma paixão: a arte. António da Cunha nasceu em Pinheiro, terra da família do pai, mas cedo começou a tender mais para a freguesia vizinha de Urgezes. “Pinheiro era uma freguesia muito fechada e pequena, pouco aberta às pessoas. Sentia isso porque eu via as coisas de uma forma diferente e fugia mais para Urgezes, pois as coisas eram mais abrangentes, tinha mais facilidade em contactar com as pessoas”.
“Eu era um rebelde, mas saudável”
O miúdo António da Cunha era rebelde e procurava coisas diferentes. Tinha os ideais distintos dos colegas, mais ligados à pintura. Não entrava no conceito de jogos e cafés. Também brincava, como qualquer criança e adolescente, mas preferia ir para casa pintar, colocar os trabalhos na parede e apreciar. “Eu era um rebelde, mas saudável”, explica.
Depois de completar o ensino primário, foi estudar para o atual edifício da Câmara Municipal de Guimarães e, no ano seguinte, mudou-se para a nova Escola João de Meira. Aos 16 anos foi trabalhar para uma empresa, porque queria ter o seu salário e depender apenas de si. “Já tinha os meus vícios, como qualquer jovem. Hoje em dia os jovens dependem mais dos pais, por terem que estudar até aos 18, e acho muito bem”.
Tem um carinho muito especial por uma pessoa que o ajudou imenso, o seu tio Adão Cunha, que também gosta imenso de pintar. “Um dia gostava de fazer um trabalho sobre ele. Ele radicou-se em Paris desde muito novo e trazia-me material com muita qualidade e caro, de França. Ainda tenho algum material guardado”. Começou a trabalhar para poder comprar estes materiais,mas, apesar de tudo, voltou a estudar, tendo completado o 12.º ano, estudando à noite, enquanto trabalhava.
“Mesmo quando trabalhava na empresa eu era um inconformado. As pessoas apostavam em mim porque viam que eu tinha outras capacidades. Aos 17 anos o meu patrão incutiu-me responsabilidades que eu nem queria, mas ele sabia que eu tinha a capacidade de gerir e de me socializar com as pessoas. Eu destacava-me porque tentava fazer coisas diferentes”, conta António da Cunha, com alguma nostalgia.
A sua primeira exposição foi coletiva, integrada no programa da Semana Aberta da Escola Secundária Francisco de Holanda, em 1996. Três anos depois realizou a primeira individual, denominada “Expressões Artísticas”, na Sociedade Martins Sarmento. “Não contava que tivesse tanto sucesso pois em Guimarães é difícil singrar. Foi a partir daqui que percebi que podia ter sucesso, porque recebi muitos elogios. Foi gratificante e foi a exposição que me deu mais gozo até hoje”.
Até à data expôs as suas obras de arte em cidades como Figueira da Foz, Póvoa de Varzim, Esposende, Fafe e Famalicão.
Atualmente tem uma exposição no corredor da escola onde trabalha, há 25 anos, na Francisco de Holanda. “Foi um desafio e quando recebi o convite senti que não podia defraudar as pessoas que apostam em mim. Porque não mostrar aos alunos com quem diariamente o meu outro lado?” Confessa-se surpreendido pela positiva com a reação dos alunos, que lhe dão os parabéns com frequência. “Um dia quando saírem de cá e tiverem uma paixão, não deixem por mãos alheias. Lutem por isso”, afirma António da Cunha.
No futuro quer continuar a trabalhar. “Eu guio-me sempre por uma frase que levo comigo, do pintor Henri Matisse: “um pintor é como um operário, tem que trabalhar todos os dias para dar produção”. Se eu parar não produzo.
Por: Luís Freitas
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