JOÃO FILIPE SILVA

Empresário

Filipe

Nome completo

João Filipe Castro Silva

Nascimento

8 de junho de 1973

Azurém

Profissão

EmpresárioNuma família de sete irmãos, nos anos 70, em Portugal, estudar era um privilégio que ficava para o mais novo, aquele que acabava por ser criado quase como filho único depois de os outros já estarem encaminhados na vida. Filipe não lhe calhou em sorte ser o último, por isso feito o sexto ano foi tempo de ir trabalhar. Em casa só entrava o salário do pai, a mãe era doméstica, por isso, não havia mãos a medir. “Um dia foram lá a casa por uma porta e o meu pai perguntou-lhes se não precisavam de um ajudante. Foi assim que comecei, no dia 15 de dezembro de 1985”, recorda Filipe. O trabalho era duro e o salário era baixo, mas foi aprendendo a arte. O primeiro salário foi 7 500 escudos (145, 69 euros), um bom reforço no orçamento familiar. Mas a ambição de chegar mais longe não o abandonava. Estava longe de imaginar que antes dos 45 anos seria sócio de uma empresa que fatura perto de um milhão de euros por ano. O que sabia era que progredir um ou dois degraus na carreira, dentro da empresa, não lhe bastava. Foi-se mantendo atento às oportunidades, mas naquele tempo era preciso, primeiro que tudo, resolver a questão do serviço militar. Amante da aventura, foi escuteiro desde cedo. Continua ainda hoje ligado ao escutismo através a fraternidade 05 de São Torcato. Foi essa paixão pela aventura e pela vida em contacto com a natureza que o empurrou para se oferecer como voluntário para as tropas paraquedistas. Na altura estava em boa forma, treinava karaté, e já que tinha que ir à tropa “achei que era uma forma mais interessante de viver aquele tempo”. Ganhou a boina e tirou a especialidade. Esteve alguns meses na Alemanha numa missão de intercâmbio e saiu algum tempo antes de a sua unidade marchar em missão de paz para a Bósnia. Com a tropa arrumada foi tempo de voltar ao trabalho. A empresa que o tinha acolhido ainda menino voltou a recebê-lo depois da tropa, prova de que era um bom funcionário. Trabalhou 12 anos na Fraga e Oliveira, até decidir que tinha chegado o tempo de sair e tentar a sua sorte por conta própria. O mundo não pára de girar e com ele as pessoas e as coisas. O rapaz que era ajudante de serralheiro em 1985 não é o homem de 2017, embora os ligue uma linha de vida que pára nas mesmas estações e apeadeiros, os objetos também mudaram. “A janelas ou as portas que hoje fazemos não têm nada que ver com o que se fazia naquele tempo; os cortes-térmicos, as cores” – mas mais importante ainda mudaram os processos – “antigamente era tudo feito manualmente, hoje temos máquinas que nos permitem trabalhar com muito mais perfeição e conforto”. A necessidade de acompanhar o avanço tecnológico fez com que a empresa de que é sócio e que comemora por esta altura 20 anos no mercado fosse crescendo. Dos 200 metros quadrados da primeira oficina, para os 700 metros daquela onde estão nos últimos sete anos, para os 2000 metros quadrados de área coberta, de um total de 8 000 da instalação que pretendem inaugurar até ao final deste ano, a vida de uma empresa é quase como a de uma pessoa e a F2J atingiu a idade adulta. Na gaveta dos projetos já estão novos produtos baseados em ferro, aço, inox e a vontade de atingir outros seguimentos de mercado. Vivemos tempos acelerados e nem a indústria do alumínio escapa à vertigem dos dias. “Hoje as pessoas querem tudo para ontem, é muito difícil planificar. Nunca sabemos a quantidade de trabalho que vamos ter daqui a um mês”, afirma o empresário. Diz o ditado que um homem para se realizar tem que “plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho”. Há muito que Filipe cumpriu a primeira, em vez de escrever um livro, escreveu uma página de sucesso industrial e filhos já teve dois. É casado desde 1996 e tem um filho de 20 anos a estudar desporto e uma filha de 17 que quer ser veterinária. Não se lamenta por não tirarem arquitetura ou engenharia para virem trabalhar com o pai. “A escolha é deles, o importante é que saibam aproveitar as oportunidades”, como o pai fez.

Por: Rui Dias

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