JOAQUIM FREITAS
Joaquim Freitas Por Nuno Rafael Gomes
Nome completo
Joaquim Castro Freitas
Nascimento
25/02/1984
Guimarães
Profissão
Técnico Erasmus e EurodeskNão é que Joaquim Castro Freitas passe a vida de mochila às costas, mas na sua bagagem cabem anos de escutismo, contacto com jovens e educação não formal. O vimaranense é o responsável de comunicação e suporte à formação do Programa Erasmus +, coordenador português na Eurodesk e, no meio de tudo isto, tira tempo para se dedicar ao Corpo Nacional de Escutas (CNE). Desempenha o cargo de Chefe Nacional Adjunto por cá. Lá fora, faz parte do Comité Europeu da Organização Mundial do Movimento Escutista (OMME), tendo sido eleito para esse organismo na terça-feira da semana passada.
Em 35 anos de vida, quase 20 foram dedicados ao escutismo. Viveu grande parte da sua vida em Guimarães, mas hoje reside em Famalicão. Entrou, aos sete, para o Agrupamento de Mesão Frio, e lá passou por todos os “escalões” — de lobito a caminheiro e, depois, dirigente. “Os meus irmãos eram escuteiros e a minha mãe achou que seria importante que eu aprendesse coisas, que me aproximasse da natureza e das crianças da minha idade”, recorda. Quando chegou a altura de entrar para a universidade, escolheu as Ciências da Educação como caminho — percurso que se cruzou com o do escutismo.
“Quando estamos nos escuteiros até aos 20, não temos a consciência do processo educativo em que somos envolvidos. A licenciatura tem um papel fundamental. Permitiu-me analisar, do ponto de vista científico, o escutismo”, aponta. Nesse processo, apercebeu-se de algo: “É esse caminho que nos faz felizes, não temos consciência das competências que nos dá para a vida.” Não quer obrigar ninguém a ser escuteiro, mas garante que “se todos os jovens fossem escuteiros, o mundo seria melhor, a sociedade mais capaz de educar para a paz e de compreender”.
Pelo menos, com ele, resultou — e os escuteiros, desde Mesão Frio, mudaram-lhe a vida “para muito melhor”. Hoje, tanto a nível nacional como europeu, tenta “devolver” o que diz ter recebido com o escutismo.
Parte desse retorno faz-se, agora, pelo Comité Europeu do OMME. Durante três anos, vai “levar a cabo as propostas resultantes da assembleia geral”, tendo a “função executiva de fazer cumprir o plano trienal”. Com outros cinco dirigentes de movimentos escutistas do mundo, tem uma grande responsabilidade: é que, na Europa, existem dois milhões de escuteiros. Em Portugal, segundo os dados de 2016 da página do CNE, serão mais de 71 mil.
“A licenciatura (…) permitiu-me analisar, do ponto de vista científico, o escutismo”
E como é trabalhar com jovens de uma geração já distante da sua? “Desafiante”, atesta. “Estou a trabalhar com uma geração que não é minha, tenho de a conhecer bem e colocar-me ao nível deles”, sumariza. E o mesmo deve ser feito nas escolas, como defende. “Faz falta um ensino menos convencional. A educação não formal tem sucesso.”
Como dirigente, prefere uma abordagem lúdica que “desafie os jovens”. “Eles querem acampar, fazer rapel, slide, canoagem”, resume. E num mundo de incertezas, em que o ambiente tem ganho destaque por razões infelizes, refere que esse é um dos “temas mais importantes”. “Passa por cuidar da natureza, gerir o consumo dos lixos e resíduos, ter um consumo sustentável”, diz, mas há outras áreas que entram na educação dos jovens escuteiros: “A agenda da ONU para o Desenvolvimento Sustentável até 2030 abarca muitos dos assuntos mais relevantes: a pobreza, a fome, a igualdade de género, a questão da água. É um conjunto de objetivos que queremos passar”, refere. E, assim, “os jovens podem passar a ser motores de desenvolvimento das comunidades”. É o pensar global e agir local em ação. Tal como ele terá feito desde lobito.
As crianças e os jovens de hoje não terão os mesmos passatempos de outros tempos, mas Joaquim é otimista: “Eles têm muitas outras oportunidades para ocupar o seu tempo, mas, ao mesmo tempo, o nosso método é atrativo o suficiente, desafiando-os.”
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