Preço das casas afasta população de Guimarães

Presidente e oposição concordam que há um problema de falta de oferta de casas.

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Os vereadores da oposição voltaram a levar à reunião de Câmara, na segunda-feira, dia 20, a questão da perda de população do concelho de Guimarães. No momento em que o INE anuncia que, entre 2011 e 2019, Guimarães perdeu 3,63% da sua população, o vereador Bruno Fernandes  faz um comparativo com o números de concelhos vizinhos para concluir que Guimarães é aquele que mais população perdeu.

“Estamos a perder população há 20 anos”, afirma o vereador social-democrata e acrescenta que, “somos o concelho que mais população perdeu nos últimos oito anos”. Para Bruno Fernandes a perda de população continuada do concelho de Guimarães obriga a que se faça “uma reflexão”.

“É preciso outra postura para o urbanismo no concelho, um outro  olhar sobre a rede de transportes, sobre os incentivos à natalidade”, afirma o vereador do PSD.  “Mantém.se uma visão conservadora do crescimento do concelho e o resultado disso está aqui”, acrescenta Bruno Fernandes. “Se o PDM está a limitar o desenvolvimento temos que criar mecanismos que resolvam esse problema”, critica Bruno Fernandes, relativamente à falta de terrenos para construção, nomeadamente nas Freguesias que confinam com concelhos vizinhos, o que leva à fuga da população.

O vereador social-democrata afirma que esta é uma questão para a oposição, nomeadamente o PSD, tem vindo a alertar há muito tempo. “Os números dos censos de 2011 já indiciavam esta situação”, lembra.

O presidente concorda com a oposição relativamente à falta de oferta de habitação para a classe média e média baixa e que isso pode ser uma das causas da fuga da população para concelhos vizinhos. “Há pouco oferta especialmente nas freguesias das franjas do concelho e os vizinhos permitem construção nessas zonas”, afirma o presidente. Domingos Bragança afirma que “este é um problema já identificado há algum tempo” e reconhece que o seu antecessor se focou mais em outros temas “como a cultura”.

O presidente adiantou que a Câmara já estabeleceu contatos com a Universidade do Minho para a realização de um estudo que permita perceber as causas desta perda de população. Domingos Bragança lembra que o saldo natural do concelho de Guimarães é positivo e aponta o grande número de pessoas empregadas no setor privado como uma das causas de perda de população em momentos de crise. “Ao contrário de Braga, que por ser capital de distrito concentra muitos serviços públicos, em Guimarães a população trabalha maioritariamente no setor privado, onde a incerteza face ao emprego é sempre maior”, acrescentou o presidente.

Já vereador com o pelouro do urbanismo, Seara de Sá, tem uma opinião diferente. Para o arquiteto, “o que interessa é a qualidade do espaço público criado”.  Segundo Seara de Sá houve zonas nas franjas do concelho em que a oferta de habitação até cresceu. O vereador colocou a tónica nos espaços que “estiveram dormentes” e que agora estão a ser ocupados, referindo-se a zona da Fábrica do Cavalinho, à zona entre a Cruz de Pedra e a Caldeiroa e aos terrenos da zona Norte (entre a Polícia e a Universidade).

Seara de Sá, tal como o presidente, lamentaram a existência de terrenos urbanizáveis, “em que as infraestruturas já estão feitas” e que os proprietários não querem colocar no mercado. Para os responsáveis do Município esta é uma das razões para a falta de habitação e para o elevado preço da habitação em Guimarães. “Há terrenos urbanos com todas as infraestruturas que ficam anos parados”, afirma Seara de Sá.

O vereador do urbanismo sublinhou que a revisão do PDM que está em curso no concelho tem dois focos principais: reforço das centralidades das vilas, densificação das zonas urbanas. Para Seara de Sá, todavia, não existe uma relação entre densificação e a cércea (limite de construção em altura) e mostrou-se claramente contra soluções que permitam mais construção em altura.

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