Reabilitação da Torre da Alfândega anunciada há sete anos está ainda por terminar
Sete anos volvidos, as obras decorrem no edifício e o espaço só deverá abrir ao público nos próximos meses.
A 04 de setembro de 2016, há sete anos, a Câmara Municipal de Guimarães anunciava que a Torre da Alfândega, conhecida por conter a icónica inscrição “Aqui nasceu Portugal”, edifício classificado como Património Nacional, seria alvo de uma “profunda reabilitação com vista à sua abertura como núcleo expositivo/interpretativo da muralha e suas torres defensivas”.
Sete anos volvidos, as obras decorrem no edifício e o espaço só deverá abrir ao público nos próximos meses.
A Câmara Municipal de Guimarães “já concluiu o projeto e a proposta será submetida a apoios comunitários”, declarou o município em 2016, acrescentando que a candidatura vimaranense integraria quatro projetos: A Torre de Alfândega; a Muralha de Guimarães; a Casa da Rua Nova e o projeto Hereditas.
A proposta, na altura contemplava a visualização e fruição interior dos seus muros em granito, garantindo a acessibilidade ao interior da torre até ao último piso (terraço) no qual se detém a vista sobre a Alameda de S. Dâmaso, Largo do Toural, rua do Anjo, Castelo, Paço dos Duques e restante edificado envolvente, podendo ainda observar-se as suas coberturas e texturas diferenciadas.
“Este projeto reforça e qualifica a dimensão turística de Guimarães”, considerava José Bastos, na altura vereador do Município com competências delegadas nas áreas da Cultura, Turismo e Centro Histórico. José Bastos esteve nessas funções até 2017.
As obras iniciaram-se em fevereiro de 2020, cerca de três anos e meio após o anúncio e, “no espaço de um ano” estariam concluídas, permitindo “abrir caminho ao interior da muralha”. A empreitada traduzia, em 2020, um investimento a “rondar os 900 mil euros”.
Entretanto, em novembro desse ano, Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal, dava a conhecer que foram encontrados vestígios arqueológicos, relacionados com o assentamento da muralha, e que isso mantinha a obra parada nos últimos dois meses.
Esse facto motivou a elaboração de um novo “projeto de adequação” à intervenção no edifício, e cujas especificidades não estavam previstas no caderno de encargos anterior, e um novo procedimento concursal com as alterações sugeridas pelos técnicos da Câmara Municipal e da Direção Regional de Cultura de Norte.
Domingos Bragança esperava que as obras se concluíssem “até ao final do ano ou no início de 2022”. Mas, “o mais importante é que fique bem feito”, disse o presidente da Câmara Municipal, no final da reunião de câmara já a 22 de março de 2021.
Um ano e meio depois, em setembro de 2022, o município adjudicou a obra à Construções F.M. Magalhães, Lda, pelo valor de 1 milhão e 441 milhões de euros, com prazo de execução de um ano, com o pagamento de cerca de 525 mil euros em 2022 e de 916 mil euros em 2023.
A empreitada da “Refuncionalização do edifício da Torre da Alfândega” é financiada a 85% no âmbito da candidatura: 15 anos de Guimarães Património Mundial: valorização, conservação e promoção.
Entretanto, a Casa da Rua Nova, que em 2016 serviria para a instalação de um Centro Interpretativo do Centro Histórico “onde as pessoas poderão conhecer as metodologias e técnicas adotadas na sua reconstrução, que o tornam numa referência de boas práticas ao nível da reabilitação”, é, desde fevereiro deste ano, a nova sede da delegação de Guimarães da Ordem dos Advogados.
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