RICARDO FERREIRA
Por Pedro Castro Esteves

Nome completo
Ricardo Ferreira
Naturalidade
Urgezes, Guimarães
Data de nascimento
17/01/2001
Profissão
Karateca
Shotokan. Palavra que pode dizer pouco a quem a lê, mas que faz parte da vida de Ricardo Ferreira há bastante tempo. Mais propriamente há dez anos, altura em que começou a pisar o tatame do Núcleo Karate Shotokan (NKSG), em Urgezes – que se dedica a essa vertente do karaté. “Comecei com nove anos e entrei, em parte, devido aos meus pais”, recorda o jovem de 19 anos. A entrada para o núcleo acabou por ser natural. Afinal, estava perto de casa. Aliou-se a proximidade ao desejo de “aprender uma técnica de autodefesa” e o facto de ter na família quem partilhasse a paixão pela arte marcial japonesa. “O meu padrinho também praticou. Chegou até ao cinto verde”, enquadra o vimaranense.
Sempre que evocamos imagens desta arte marcial é inevitável conjugar o cinturão negro em volta do quimono. Ricardo Ferreira conseguiu o cinturão no mês passado. Foi submetido a um exame e avaliado por um superior, o presidente da Federação, e “alguns senseis” – termo honorífico que pode apontar para “professor” ou ser traduzido como “pessoa que nasceu antes de outro”. É um momento exigente, para o qual treinou de forma afincada. O treino contínuou levou-o a atingir um patamar competitivo elevado – conta com participações internacionais, nomeadamente num Europeu e num Mundial.
“Qualquer rapaz com a minha idade na altura queria entrar para o futebol, já que era aí que estavam os amigos. Pouco ou quase nada conhecia acerca do karaté. Algo que também acabou por me motivar e dar força desde o meu primeiro dia na academia”, afirma o atleta natural da freguesia de Urgezes.
Agora, dez anos volvidos do primeiro contacto com esta arte marcial, não faz o percurso até ao Núcleo somente para treinar; acaba também por ser treinador. É que com o crescimento do interesse em volta do karaté, a família do NKSG – Score Health Club também aumentou em número e, agora, Ricardo treina e ensina os mais novos. Esta experiência tem permitido ao atleta “crescer” – afinal, “estamos sempre a aprender”
Ainda jovem, mas com muitos anos de casa, Ricardo mostra-se contente com o novo papel: “Quem me dera, quando tinha dez anos, também ter estes treinos”. É sinal “que o clube está a crescer” a um ritmo “que poucos clubes conseguem”. Segundo Ricardo, o clube conta agora com cerca de 80 atletas.
Testemunhar a evolução e um sonho olímpico
Há dois anos teve a sua primeira oportunidade além-fronteiras em representação das cores nacionais da SKIPortugal (Federação Portuguesa de Karaté Shotokan) na Eslovénia. “Foi uma mudança muito brusca”, afirma, explicando que treinou ininterruptamente durante dois meses “para representar o Núcleo e Guimarães da melhor forma”. Ricardo acabou por cair cedo na competição, mas ganhou a experiência necessária para o que viria: a chamada para integrar a comitiva portuguesa no Mundial de Karaté SKIF. Na prova individual de kumite (combate), o vimaranense chegou mesmo aos quartos de final e pôde estar perto de atletas de grandes seleções. “Quando recebi a notícia não consegui conter as lágrimas. Já ia mais preparado e correu muito melhor”, sublinha.
Ricardo vaticina um crescimento da modalidade. Apesar da falta de apoios – enveredar pela carreira profissional é difícil – há boas notícias: o Karaté prepara a sua estreia nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, no Japão. Representar Portugal a esse nível é um sonho que pretende continuar alimentar.
Para quem lhe quiser seguir os passos deixa um repto: “O karaté é muito bom para a saúde. Mesmo psicologicamente, são-nos impostas muitas regras. É incutida a ideia de respeitar o próximo. Só nos faz bem. É só experimentar. Pelo menos toda a gente que o fez acabou por gostar”.
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