LAGARADA DE POLVO COM… MIGAS GATAS

por Mário Moreira

                 POLVO – A Magia da Diminuição

Iguaria de excelência gastronómica, cada vez mais, faz menos parte, dos cardápios dos restaurantes. Portugal é o terceiro maior consumidor de pescado mundial e o polvo é como sabemos um dos nossos preferidos. Poucos serão os restaurantes que não tenham amargos de boca com reclamações dos seus clientes.

O “Polvo engana, entra grande na panela e sai mirrado”, dizemos nós, na da restauração. Será que é o polvo que engana ou são os seus produtores que lhe provocam má fama? Está provado e não há margem para dúvidas. Os produtores injetam-lhe água para que fique mais pesado e deste modo aumentarem inquietantes lucros.

Quando experimentar cozer polvo, não lhe adicione um pingo de água que seja e logo verá o resultado…Porque será?

Mesmo ao vapor o seu valor real pode chegar aos 65%. Porém, não há nada na lei que proíba esta prática e portanto os seus prevaricadores sabem bem o que estão a fazer. Nada lhes acontece, incrível! Sabemos que nos produtos congelados há a existência de uma película vidrada de gelo que protege e prolonga a conservação dos produtos. Contudo, é fraude a adição de água para aumento de volume. Julgamos estar perante um produto de excelência e estámos a ser enganados. O polvo torna-se muito caro, com pouco escolha e muitas vezes de fracos resultados. Há produtores que  têm dificuldade em seguir critérios de rigor e são penalizados. Não conseguem ser competitivos, acabam num ciclo vicioso e são envolvidos na “máfia do polvo”, sim, porque “polvo”, também pode estar associado a outras mafias…

Hoje, comem-se Tentáculos de Pota, como nunca. Confesso, há muita gente que os comem por polvo. Os tentáculos de pota são uma enorme aldrabice e o consumidor paga “gato por lebre”. Já o tentaram diversas vezes comigo, mas sem resultados…pudera!

Em homenagem ao polvo deixo-vos uma tentadora e inovadora receita, com ingredientes para 4 pessoas.

LAGARADA DE POLVO COM… MIGAS GATAS

Retiro-lhe as impurezas e lavo-o. Coloco numa panela a cozer sem água e adiciono uma colher de sopa de azeite, uma colher de sopa de vinho tinto, uma cebola e uma cenoura. Reservo o seu líquido para um arroz malandrinho. Escorro-o, corto quatro tentáculos e levo a grelhar. Numa pingadeira vai ao forno em azeite, alhos esmagados e cebola. Numa terrina funda, disponho fatias de 300gr de pão, os alhos esmagados, gotas de vinagre e rego generosamente com azeite. Aos poucos acrescento a água da cozedura de uma posta de bacalhau cozido e envolvo tudo bem. Adiciono o bacalhau desfiado, grelos cozidos e azeitonas em rodelas descaroçadas. Um pitéu!

Bom apetite! Um abraço gastronómico.

 

 

Foto: DR

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