PUDIM ABADE DE PRISCOS
Este doce de colher está entre os melhores, do género, em todo o mundo.

por Mário Moreira
Este doce de colher está entre os melhores, do género, em todo o mundo.
O Pudim Abade de Priscos, foi criado por Manoel Joaquim Machado Rebelo, nascido em Vila Verde, distrito de Braga. Nomeado padre em 1864, colocado na freguesia de Piscos em 1887, popularizou-se como um famoso cozinheiro e imortalizado como “O Abade de Priscos”.
Em Guimarães, no dia 20 de outubro de 1887, o Abade, preparou e confecionou um banquete para o Rei D. Luís e a família real, no Palacete do Conde Margaride. D. Luís, saboreou de deslumbramento os saberes do modesto abade que o distinguiu com as honras de capelão da casa real.
À mesa, em sua casa, era frequente, a presença de ilustres da realeza e do clero.
Um dia, terá preparado um jantar para D. Carlos e D. Amélia, do qual constava um bolo em forma de um cortiço de abelhas. O cortiço, feito de chocolate e cacau, com favos de abelhas, na sua cor natural e confecionados com as asas perfeitas em açúcar. Em cima do bolo de “cortiço” foi colocado uma cobertura de “colmo”, feita de açúcar em fio. Os convivas ficaram surpreendidos de tal forma que a rainha levantou-se e ficou impávida a observar tal feito e interrogou sobre a forma como deveria servir-se do doce. O seu espanto redobrou quando ficou a saber que tudo aquilo era para comer.
Num dos seus banquetes, um ilustre convidado, Monsenhor Pereira, pediu ao Abade uma coleção de receitas para publicar em livro, com o intuito de ajudar uma Associação feminina. O Abade, disse, “de boa vontade, acederia aos seus desejos, mas há um impossível”. Qual é? Perguntou o ilustre convidado. “É impossível de lhe dar com as minhas receitas os dedos das minhas mãos e o paladar da minha língua. A culinária, é uma arte bela, mas depende muito do artista. Quer uma prova? Eu e o cozinheiro do Paço vamos preparar um pudim, cada um, o seu, com os mesmos ingredientes e verá o resultado”. Efetivamente, a experiência, deu resultados diferentes. Os dedos e o paladar do Abade, triunfaram…e lá se foi o livro de receitas.
Diz o povo, “que não se fazem omoletas sem ovos”. Este ditado, aplica-se ao Abade de Prisco, cuja memória, a gastronomia minhota, reclama, como um dos seus grandes percursores e impulsionadores, mas que na realidade o seu arquivo documental de receitas é desconhecido.
Esta simples mas sentida homenagem que lhe fazemos é por demais merecida. É uma nobre especialidade da doçaria tradicional portuguesa, que deve ser defendida, divulgada e preservada. Há pastelarias e restaurantes que o adulteram, adicionando-lhe, farinha maisena. Alteram-lhe, a composição, o seu sabor e textura, e, deste modo, não se lhe pode chamar, “Pudim Abade de Priscos”, é outra coisa qualquer…
Receita com os ingredientes e forma de confeção:
Levar ao lume, num recipiente, meio litro de água. Quando começar a ferver, adicionar 500 gr de açúcar, casca de limão, dois paus de canela, 50 gr de toucinho gordo (sem courato). Logo que esta calda estiver em meio ponto, passar por um coador e deixe arrefecer um pouco. Juntar 20 gemas de ovos muito bem batidas com um cálice de vinho do Porto. Untar uma forma com caramelo líquido, com tampa e encher a preparação. Tapar e vedar bem com um pano para impedir que entre água. Levar ao forno pré-aquecido a 220º durante, aproximadamente, uma hora. Deixar arrefecer e desenformar sobre um prato. Pode ser servido com frutos vermelhos.
Bom apetite.
Um abraço gastronómico,
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