Tempo mítico da “Maria Castanha” proibido por inimigo invísivel – Foram-se os afetos…
por Mário Moreira Aquilino Ribeiro, na sua obra “Terras do Demo”, [...]

por Mário Moreira
Aquilino Ribeiro, na sua obra “Terras do Demo”, com mais de 100 anos, usa a expressão “No tempo da Maria Castanha”, para designar um tempo não situado, um tempo sem tempo, rigorosamente, medido e datado, seja ele o “tempo dos afonsinos ou os “nubelosos tempos dos robots”.
“Maria Castanha” não é mais que um fruto único que o homen colhe e guarda, desde tempos imemoriais, alimento gereroso, descido dessa pródiga árvore, o castanheiro, que por mil anos é capaz de alimentar a humanidade, que tantas vezes não soube merecer o amor permanente, junto da árvore acolhedora como se fosse extremosa mãe debruçada sobre o berço. Rainha do Outono, consome-se em atitude nostálgica, pelo seu valor, deveria assumir maior destaque na nossa alimentação.
O tempo da “Maria Castanha” é o antiquíssimo tempo, um tempo mítico, um tempo de lenda, sem deixar de ser um tempo de história em que cada rebento de ouriço, carrega um episósio a contar, à sociabilidade traída e confinada, onde a inveja, a hipócrisia, o individualismo, são como os seus bicos sangrentos apontados em todas as direções.
Hoje, no nosso tempo, o tempo da “Maria Castanha” é de acentuada e inegável pobreza, onde é rei o telemóvel que envelhece na diária voracidade do consumo capitalista, o Ipad, o Macbook, o Iphone, o Facebook, o Instagram, o Twitwr…pertencem ao mundo insensível dos “robots”, em que tantas coisas o eram, horas depois, fazem pouco sentido.
O “tempo da “Maria Castanha” foi-se, como foram os afetos. O inimigo comum aperta e abocanha-nos a toda a hora. A liberdade é valorizada como nunca. Foram-se os afetos, os apertos de mão, os abraços, o abraço fraterno e solidário que perdoa a transgressão de um amigo, gestos tão simples que nos torna tão taciturnos, como o tempo que vivemos.
Eu quero o tempo da “Maria Castanha”!
“Carne de porco com castanhas”
Cortar 500gr de carne da barriga e pá de porco, em pedaços do tamanho das castanhas. Temperar com 5 dentes de alhos, sal e pimenta a gosto. Levar ao lume uma frigideira com 3 colheres de sopa de azeite e 3 colheres de sopa de banha de porco, fritar, deixar corar.
À parte num tacho com água cozer 200 gramas de castanhas, sem casca, durante 15 minutos e escorrer. Adicionar à carne, envolver e deixar confecionar durante mais 5 minutos. Decorar com raminho de funcho. Liga bem com um arroz de açafrão.
Bom apetite!
Um abraço gastronómico.
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