
por Mário Moreira
Vai-m’ à Banda, fusão de tradições e hábitos populares, uma exaltação à preservação das tascas e petiscos numa comédia em três atos…
Comer bem ajuda-nos a formular uma visão melhor e mais feliz da vida. Ninguém vê o mundo com a mesma cor antes ou depois de uma boa refeição.
Quando os petiscos são bons, a comida alegra e fornece um tema nuclear de conversa. Difícil é arrancar para o prato principal. Tomar uma boa refeição não tem que ser de faca e garfo. “Vai-m’à Banda” tem esse objetivo, defender as tradições das tascas de Guimarães.
- 15h – Preliminares!
Os primeiros andamentos indicam uma maratona pelas seis tascas aderentes, um desafio de sugestões onde o dificl é escolher: vinho verde, presunto, iscas de cebolada, ameixas, azeitonas, figos, bolinhos de bacalhau, moelinhas, rojões, chouriço assado, sardinhas, bacalhau frito, broa, caldo verde, pataniscas, cebola e muito vinho… A minha primeira escolha; malga verde tinto, cebola crua, presunto, broa e figos, resultou uma combinação quase perfeita. O acesso à Penha, opção muito feliz, levou centenas de amantes do petisco, teve particularidades diferenciadas; subiram à Penha muitos que não a conheciam, deslocação pela primeira vez em teleférico, assistir aos concertos num cenário verde luxuriante bem cuidado, calcorrear os caminhos de acesso numa jornada à preservação da natureza.
- 19h – Prato principal, pausa e relaxamento!
Petiscar sentado, numa tasca não aderente, uma saborosa punheta de bacalhau, pica pau, arroz de tomate, maduro Alentejano e saborear um toucinho do céu… Mais uma caminhada, “Festival Guimarães Clássico” no majestoso pátio do Paço dos Duques, numa derradeira homenagem a Vivaldi, casa a abarrotar, até os morcegos se deliciaram. Cenário verdadeiramente, belo!
- 22h – Explosão Orgásmica!
Largo do Trovador. Um excelente cartaz seduziu uma enchente apoteótica de efusivas cabeças em delírio que se deliciaram durante algumas horas no encerramento deste magnífico evento. Seguindo a máxima, “mais uma volta mais uma viagem” um verdasco tinto, uma generosa malga de caldo verde, finalizou a ementa na rota das tascas. “Tasca do Trovador”. Cozinha de conforto, sem pressa, seguramente, um dos melhores locais onde comer na cidade.
Levar a música às tascas é uma iniciativa com sucesso, se aplaude, com pernas para crescer e melhorar. Parabéns à “Revolve” e Câmara Municipal.
Um dia muito bem passado com diversidade, música erudita e alternativa, natureza, caminhadas, gastronomia, confraternização, trouxe à cidade gente, pela primeira vez, uma verdadeira promoção do património.
Uma genuina “geringonça” sem engodos…!
Bom apetite.
Um abraço gastronómico.